18 dezembro 2005

As fases da minha vida - Parte II


Bom, continuando com as fases da minha vida que eu comecei no post anterior. Esse texto irá contar algumas histórias dos 2 anos que eu morei em Caxias do Sul; dos meus 7 aos meus 9 anos.
Antes de mais nada, irei dar uma breve explicação das fotos: a de cima, como todos podem ver, é a festa do meu aniversário de 8 anos, mas reparem nos detalhes (não nos meus dentes, por favor. Foi antes de eu usar aparelho), desde quando vocês não vêem aqueles copinhos com gelatina dentro que tinha naquela época?? E essas garrafinhas de vidro?? sim, sei que ainda tem, mas com a chegada da latinha, vamos combinar que não é muito fácil a gente encontrar atualmente. E o bolo? notaram que ele é em forma de guarda-chuva?? pois é, minha mãe que fez. Durante muuitos aniversários foi ela quem fez o meu bolo e o do meu irmão, sempre com formatos criativos e diferentes. Já a foto da esquerda embaixo, na qual está minha prima Camila (aquela do tapa que eu contei no outro post), eu e o meu primo Junior. Faltou o meu irmão nessa aí. Bom, mas essa imagem é para mostrar as nossas engenhosidades, afinal, estávamos numa "cabana" montada por nós mesmos, e, também, para vocês conhecerem a minha prima, já que ela ainda vai aparecer bastante nas minhas histórias. E na foto da esquerda em cima, está meu pai, minha mãe, minha tia e o ex-marido dela. Tão achando estranho? é, tá, vou contar a verdade, na real, é meu irmão, eu, meu primo e minha prima, logo depois de uma interpretação irretocável dos nossos pais.
Chega de enrolação, vamos ao que interessa: não lembro de muita coisa de Caxias, apenas alguns fatos isolados. Eu estudava no colégio La Salle, era bem perto da minha casa, e no caminho tinha uma confeitaria chamada "Só tortas". Nunca me esqueci porque foi a melhor torta de morango que eu já comi; bom, pelo menos essa era a idéia que eu tinha na época, afinal, agora, depois de mais de 15 anos, não me recordo muito bem do gosto.
Minha prima morava em Porto Alegre mas ia seguido lá para Caxias nos visitar. Como sempre, aprontávamos bastante. Claro que nada diferente do que qualquer criança faz nessa idade, afinal, quem nunca tirou tudo que tinha na geladeira antes dos pais chegarem em casa e cobrou deles cada coisa que fossem comer?? tenho certeza que todos fazem isso. E quem nunca fez os adultos pagarem para assistir seus lindo filhos cantarem maravilhosamente bem em cima da mesinha da sala?? ah, sem dúvidas é assim com qualquer criança.
Mas, eu e minha prima não estávamos satisfeitas com essa pequena quantia em dinheiro que ganhávamos. Queríamos mais. Éramos ambiciosas. Como sabíamos que dentro de casa não conseguiríamos mais nada, o que poderíamos ter feito além de pedir na rua??? tenho certeza que todos concordam com isso e fariam o mesmo. Ah, mas nós éramos espertas e sabíamos que as pessoas iam olhar aquelas duas meninas bem vestidas e jamais dariam dinheiro para elas. Então, só tínhamos uma saída e a fizemos: colocamos roupas velhas, desarrumamos os cabelos e saímos. Hun, continuamos não achando que aquilo seria suficiente, então, qual seria a solução? inventar uma história, é claro. Resumidamente era essa: nossa casa pegou fogo e perdemos absolutamente tudo. Não sabemos até hoje se as pessoas acreditaram ou se nos acharam extremamente criativas, só sei que aquela idéia nos proporcionou váaarios doces.
Lembram que eu comentei no post anterior que eu quase fui expulsa (exagero, na minha opinião) por causa de uma "arte" que eu fiz?? pois bem, vamos a ela: vocês já viram aquele filme "Admiradora Secreta"?? é bem antigo, nem sei de que ano. Bom, eu já tinha visto o filme várias vezes e adorava. Ele conta a história de uma carta anônima de amor que vai passando de mão em mão e dando a maior confusão. Nessa carta tinha uma parte que dizia mais ou menos assim: "quero encostar meu corpo ao seu" ou algo do gênero. Na época eu sabia toda ela. Bom, um dia, depois da aula, fui almoçar na casa de uma colega, o nome dela era Giovana. Conversa vai, conversa vem, começamos a falar de uma outra colega nossa que a gente não gostava; o nome dela era Ariela, se não me engano. Então eu tive a brilhante idéia: "Gio, porque a gente não escreve essa carta e coloca na mesa da Ariela no intervalo?". A Gio concordou, escrevemos e levamos para a aula no dia seguinte. O problema foi que a guria não saiu no intervalo e a esperta aqui, por não ter paciência, resolveu entregar a carta em mãos dizendo que um guri de outra turma tinha mandado entregar. O conteúdo da carta parece ridículo agora, mas imagina isso, em 1990, para uma menina de 8 anos??? claro que ela mostrou a carta para a mãe, que foi até a direção e, consequentemente, chegaram até a mim. O diretor veio me perguntar quem tinha enviado, e eu firme e forte disse que tinha sido um guri de outra turma. Mas tudo desmoronou quando ele disse (lembro perfeitamente disso como se tivesse sido ontem):"então nós vamos de sala em sala até tu me mostrar quem é esse guri". Bom, aí terminou tudo, acabei contando que eu tinha escrito. Eles chamaram meus pais, fui para casa e o resto se apagou da minha memória. Sei que não fui expulsa, mas também não esqueço da minha professora, Maria o nome dela, entregando o boletim com uma das notas na média e ela dizendo: "poderia ter ido melhor, a partir de agora, pensa bem antes de ficar escrevendo cartinhas". Foi traumatizante, afinal, apesar de ter sido uma "arte", eu era apenas uma criança.
Bom, de Caxias eu não lembro de muito mais coisa, se bem que eu considero o que contei mais do que suficiente. Depois de lá, eu vim para Porto Alegre. Mas isso, novamente, são "cenas do próximo post".

2 Comments:

At 19 dezembro, 2005 11:32, Blogger Raul Martins Dias said...

Quer dizer que já foste arteira, é, Lu?

Nossa, eu tive vários desses bolos: tive um em forma de relógio cuco, um em forma de cesta de chocolate...

 
At 19 dezembro, 2005 14:26, Blogger Fábio Jacques said...

Tentando de novo..

E aí, Lu? Tendo teu momento "de volta para o futuro"? hehehe...

Teu blog tá muito show! Bom, mas tu também é.. que comentário mais inútil...

Tô de olho e tô chegando, ho, ho, ho...

beijão!

 

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